Para miúdos e graúdos

Não é novidade para ninguém para a nossa amiga das fadinhas e das árvores que falam tem um novo programa desde há uma meia-dúzia de semanas atrás. Confesso que só de saber que a nossa amiga insuflada ia voltar a cantar e dançar "num ecrã perto de si" me deixava a rebentar de felicidade. Infelizmente, as coisas nem sempre correm como a gente gostava e por qualquer motivo obscuro, eventualmente a roçar o limiar da conspiração, resolveram por a boa da Lucy a horas impróprias em que todo e qualquer cidadão honesto e trabalhador se encontra a dormir o sono dos justos - ou seja, em plena manhã, aos fins-de-semana.

Confesso que tenho andado à espera de uma oportunidade de ver o programa da melhor amiga da Sininho antes de vir para aqui mandar bitaites (ou acham que eu deixava deliberadamente passar em branco um novo programa da Floribela?) mas tão cruéis obstáculos tem-me impedido de prestar devidamente, qual Capitão Moura, a minha justa, honesta e imparcial avaliação do novo programa da Amiga Lu. Felizmente, alguém pensou nos pobres e nos que dormem e criou o Youtube.

Pus então então mãos à obra e fui pesquisar e o que é que o Youtube me mostrou? Mostrou-me muita coisa interessante e mostrou-me também uma apresentação e a abertura do Programa da Lucy. Abro o vídeo (e recomendo vivamente a quem não estiver na posse de plenas faculdades mentais que faça o mesmo) e saltam imediatamente duas coisas à vista... aliás, saltam mais duas coisas, para além desse belo par plastificado, à vista: primeiro, que a menina tem tanto jeitinho para apresentar programas como eu; segundo, que a crise já chegou à televisão e o orçamento disponível não chegou para acabar de fazer a roupa da menina. Lá teve a pobre coitada que subir ao palco só com uns panitos a tapá-la e uma vasta superfície carnal à vista. Não admira que a desgraçada estivesse pouco à vontade a falar para a pequenada, sobretudo se tivermos em conta que esta juventude de hoje está repleta de autênticos predadores, um gang de Zézés Camarinhas em potência - e agora com os Magalhães até podem começar a ver porno logo a partir dos 6 anos. Pessoalmente acho muito bem, sempre ouvi dizer que é de pequnino que se torce o pepino...

Voltando à Lucy e às suas inseparáveis amigas insufláveis, há ainda outra hipótese perfeitamente plausível a justificar a ausência de tecido na personagem: como todos sabem, quando ela entrou para a SIC tinha umas medidas. Uns tempos depois, como que por artes mágicas (terá sido mão das fadinhas?) ganhou outras, consideravelmente mais avantajadas. Ora, certamente a senhora da costura não foi devidamente notificada das novas medidas e encomendou o tecido contava ter que vestir a Cameron Diaz e saiu-lhe a Pamela Anderson. Claro que o tecido não dava para tudo, e alguma coisa teve que ficar ao sabor do vento... São coisas que acontecem, qualquer um está sujeito.

Felizmente, os senhores da SIC são gente que percebem da coisa e estão habituados a improvisar - por isso é que eles trabalham lá. Vai daí, rapidamente adaptaram o programa a um novo público-alvo e conseguiram fazer daquilo que parecia ser um contratempo numa mais-valia e pois rapidamente o Programa da Lucy se tornou atractivo para miúdos e graúdos. Mais do que um sucesso de audiências, o Programa da Lucy é um modelo e um exemplo para toda a sociedade portuguesa ao ter o mérito de conseguir juntar pais e filhos em horas e horas de convívio pela manhã. Agora, tornou-se normal ouvir nos lares desse país diálogos do género:

"- Pedro Miguel, não queres vir para a sala com o Papá ver os Pokémons?
- Ah, mas agora estou a jogar Call of Duty!
- Deixa lá, que se vieres agora ver o programa comigo, quando fizeres 8 anos dou-te o novo GTA!
- Boa! Bora lá!
- Que alegria! Vamos passar a manhã divertidos a ver um bom par de... desenhos animados!"

E lá vão eles todos contentes... Até me emociono só de pensar em tudo o que Lucyzinha faz pela união das famílias de todo o Portugal e Região Autónoma das Berlengas...

Certamente que depois de todo este brilhante (mais um!) raciocínio que haverá quem se interrogue porque é, apesar de todos estes méritos, eu continuo semana após semana a não madrugar aos Sábados e Domingos para ver a nossa amiga Lucy. A pergunta é perfeitamente legítima e a resposta imediata: primeiro, não tenho filhos para verem os Pokémons comigo (eu sei que podia ver os Pokémons sozinho mas não me tem apetecido. Acho que ver um combate do Pikachu sem ter alguém a meu lado para partilhar a ternura do momento é como ir ao cinema ver um filme baseado num livro do Nicholas Sparks com um bando de amigos jabardos sem a vantagem de se poder cortar o clima só para chatear); segundo, e o mais importante, é que se tivesse que acordar cedo ao Domingo para ir almoçar a um bom restaurante com boa comida, certamente que iria. Mas se tivesse que acordar de manhã para ir almoçar a um qualquer McDonald's comer comida de plástico bem que ficava a dormir como sempre.

Comentários

Pedrosen disse…
Deixa-te disso Diogo, converte-te aos estudos...isto não te leva a lado nenhum, muito menos pensar na lucy(que coisa tao desajeitada tu foste admirar xD)
Tiram-na da floribela pelos novos efeitos x) Mas para a Lucy já é bom visto que não teem paninho q xegue :P

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