Vai uma francesinha?

Não é que o título deste texto tenho alguma coisa a ver com o conteúdo mas como quando se fala em comida aparece logo uma data de esfomeados resolvi experimentar para ver o que acontecia...

Isto tudo para falar um pouco sobre telemóveis. Já que se fala em telemóveis e francesinhas lembrei-me da rede 3G. Rede essa que tem a maravilhosa possibilidade de nos permitir efectuar vídeo-chamadas, ou seja, quando nós fazemos uma chamada vemos o indivíduo do outro lado e somos vistos. Na teoria é muito giro mas na práctica não resulta. Vejamos porquê.
Para começar, metade dos telefonemas que recebemos são de alguém com quem combinámos alguma coisa e com quem nos deveríamos ter encontrado há um quarto de hora atrás a perguntar "onde é que estás?". Óbvio que a resposta a dar será "estou a caminho, mesmo, mesmo a chegar". E desligámos. Se pudessem ver o que realmente estamos a fazer o mais provável era verem que ainda estamos em casa por vestir, ainda sem ter tomado banho e com uns trocos ao lado para ainda ir meter gasóleo. Ora, isso não dá jeito nenhum.
Para aqueles que fazerm saídas de casa clandestinas também era chato receber uma vídeochamada dos pais. Por muito bom que se seja a mentir, ninguém convencia pai algum de que se estava "a estudar em casa dum amigo" quando em fundo aparecesse o Rio Douro e um barco rabelo. Aí teriam que dizer "ah e tal, se calhar aldrabei e vim até à Ribeira mas foi só para ganhar inspiração". Era capaz de ser pouco credível, digo eu...
Claro que há também a situação mais óbvia: os maridos que enganam as mulheres. O clássico "querida, hoje tenho que ficar no escritório a trabalhar até tarde" era capaz de não ter muito sucesso quando a mulher visse no ecrã uma cama com uma matrona de fio dental lá deitada... E se visse um ramo de rosas no quarto ainda ficavam mais furiosas. As mulheres não gostam quando as amantes recebem mais mimos que elas. Acho que em geral as mulheresnão gostam das mulheres dos maridos, mas voltemos aos telemóveis.
Por último, com as videochamadas acabava aquilo que faz o país andar para a frente: as baixas fraudulentas. "Sabe, Chefe... Hoje acordei com uma virose que nem lhe conto... É só coisas ruins que me acontece...". O Chefe podia ficar com dúvidas quando visse uma esplanada na praia como cenário e até era menino de o mandar para o olhinho da rua. Mas isto já é especulação.
Certo é que a massificação das videochamadas viria provocar fortes danos no equilíbrio do mundo e quem sabe que consequências poderiam daí advir: discussões, zangas, guerra, fome, pestes...

Como eu aqui não quero que ninguém fique chateado e os senhores das operadores de telemóveis eram capazes de ficarem chateados se eu lhes estragasse o negócio, deixo aqui uma sugestão para os ajudar a vender melhor as videochamadas: ponham-nas a metade do preço das chamadas normais. O pessoal pode não gostar delas por tudo isto que eu referi, mas na hora de gastar uns trocos se calhar até pensavam duas vezes... E já agora, assim em jeito de incentivo, podiam distribuir gratuitamente uns telemóveis 3G para o pessoal que ainda tem os velhinhos GSM...

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