Profissões que não lembram nem ao Menino Jesus

Há por aí muitas profissões que por terem um trabalho "desagradável" ou mais "sujo" fazem com que muita gente lhes torça o nariz quando chega a hora de procurar emprego. Poucos certamente gostariam de andar na recolha do lixo, andar a varrer as ruas ou a limpar casas-de-banho. Não que essas profissões sejam menos dignas ou importantes que as outras mas convenhamos que está longe de ser o emprego de sonho da maioria de nós. No entanto, alguém tem que o fazer e, por necessidade ou até, quem sabe, por gosto, não falta quem ature esses "fretes".
O que me custa sinceramente a entender é como é que há quem escolha de livre e espontânea vontade certas profissões... Podia ficar a noite toda a dissertar sobre o assunto mas vou-me focar apenas em duas profissões que pelo sua relação parvoíce/desinteresse se destacam das demais. Embora uma delas leve um clara vantagem, não poderia deixar de entregar uma merecida menção honrosa a outra delas.
Comecemos então pela menção honrosa muito justamente atribuída à profissão de Árbitro de Bilhar/Snooker. Ora um destes dias tinha eu alegremente os meus neurónios de molho enquanto um via uma partida de bilhar (ou snooker, para mim é tudo a mesma coisa) na Eurosport. No meio daquilo tudo o trabalho do árbitro chamou-me a atenção: o homem para ali, muito queito, a ver se alguém cometia alguma falta (reparem que em bilhar uma falta entende-se qualquer coisa como ensacar a branca ou não tocar nas nossas bolas (esta expressão soa um bocado mal...), não tem nada a ver com entradas à Bynia...) e de vez em quando lá ia o homem mudar uma bola na mesa, com a marquinha para saber onde tudo estava e pouco mais...
Eu consigo perceber um puto a ir ao estádio ver uma futebolada e desde logo achar que o que seria giro era andar lá no meio a marcar penáltis a torto e a direito, expulsar jogadores porque sim e no fim ainda receber uns chocolatinhos em troca... Viver o risco, sentir a adrenalina de expulsar um jogador da casa ou marcar um penálti para o visitante que lhes pode dar o campeonato no último num jogo dos distritais é de homem! Quem já viu um jogo dos distritais sabe que subir o Evereste é um passeio comprado com a missão de arbitrar aquilo... Mas dando um salto para a sala de bilhar... não há nada disso! É estar para ali parado, a olhar para ontem, mudar umas bolas de vez em quando... e tentar não adormecer! Ok, uma bilharada com os amigos é sempre positivo. Mas uma simples poule num café tem dez vezes mais emoção, nos dias fraquitos, que um jogo da Taça do Mundo de Snooker, quanto mais não seja pela perspectiva sempre real de uma bola poder voar em direcção à cabeça de alguém (e não tem que ser necessariamente propositado...) ou de andarem a distribuir cacetes com os tacos caso as coisas dêm para o torto... Aliás, eu acho que o sonho e o momento alto da carreira de um árbitro de bilhar é ter que separar dois jogadores que comecem a esgrimir com os tacos e a lançar giz à testa um do outro... No dia em que isso acontecer, poderá então, à noitinha, deitar a cabeça descansado na almofada e pensar "hoje eu fui verdadeiramente útil" e então dormir o merecido sono dos justos...

Nesta altura, quem teve paciência para ler até aqui já se começará a iterrogar "porra, mas esta abestesma não tinha falado que havia outra profissão ainda mais parva que esta?". Certamente a pergunta não poderia estar mais correcta, jovem sabichão interrogativo, mas o texto já vai longo por isso vais ter que voltar cá amanhã se queres saber que infâme trabalho mereceu tão prestigiante galardão porque este post já vai longo (ou então não, se calhar até já sabes caso tenhas cá vindo já depois de estarem ambos os textos publicados). Dormi descansadinhos da vida que quando vier o Pai Natal já cá deve estar o textinho há muito...

Comentários

caditonuno disse…
árbitro de snooker no café tem sempre mais emoçao. nem que seja com garrafas partidas e porrada. lol

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