Senhoras, boas notícias!

Todos os dias ligamos a TV, lêmos o jornal, ouvimos a rádio e ficamos a saber que os combustíveis aumentaram, os impostos subiram, o desemprego aumentou mas... de vez em quando lá vem uma daquelas notícias que nos faz esquecer tudo o resto e acreditar que melhores dias estão para vir! Dentro dessas notícias, há aquelas que nos fazem passar o resto do dia com um sorriso nos lábios, há aquelas que nos fazem esquecer o quanto as férias ainda estão distantes e há aquelas que nos fazem tudo isto e ainda nos ajudam a acreditar que o mundo é um lugar maravilhoso e cheio de cor e luz e fadinhas... Ou seja, sentimo-nos a Floribela mas sem os implantes. Esta notícia insere-se sem dúvida nenhuma nesta última categoria.
Sucede então que um centro comercial em São João da Madeira decidiu criar, mesmo ao lado dos tradicionais lugares para deficientes, lugares especialmente destinados a senhoras. Lugares mais largos para que as damas não tenham dificuldades na sempre árdua tarefa de parquear o seu smart. São apenas 4 lugares em 1400 mas é um começo e nem sequer falta o pavimento pintado em cor-de-rosinha. Por confirmar, continua a possibilidade de o autocarro do Benfica poder estacionar aí quando for jogar com o Sanjoanense mas, a menos que o sorteio da Taça (a outra, sem ser a das bejecas) resolva colocar a equipa de São João da Madeira no caminho do Glorioso, haverá muito tempo para debater essa questão.
À primeira vista, trata-se apenas da mais genial maneira encontrada até hoje de chamar maçaricas às mulheres parecendo que se lhes está a fazer uma gentileza mas esta ideia tem muito mais potencial do que poderá à primeira vista parecer. Para começar, imaginemos que uma senhora deixa o seu carro num dos lugares mais distantes da porta do shopping. Seguramente levará os seus 3/4 minutos a percorrer o parque e o mesmo se passa no regresso. Ao todo são 6/8 minutos perdidos com isto que poderiam ser perfeitamente ocupados a visitar mais uma loja e, eventualmente, comprar mais uma coisa qualquer. Ora, isto pode parecer insignificante mas vejamos: se cada uma perder 2h nas compras, lojas abertas das 9h às 23h, são 14h, dá para, pelo menos, 7 clientes diferentes, multiplicando pelos 4 lugares ao fim do dia são 28 produtos a mais vendidos. Agora, multipliquem isto por todos os centros comerciais e supermercados do país e façam as contas... Assim estava-se a dinamizar o comércio e ao fazê-lo não só asseguravam o emprego aos lojistas como ainda aos funcionários das fábricas que os abastecessem bem como a todos os funcionários dos fornecedores das fábricas, empresas de transporte, etc. Pode muito bem estar aqui a solução para a crise!
Mas as vantagens desta criação inovadora não se ficam por aqui: ao fazerem lugares mais largos para elas estão, igualmente, a diminuir substancialmente o risco de arranhões e/ou amolgadelas nos carros vizinhos e das próprias condutoras. Sem dúvida que os donos dos carros agradecem até porque não há dinheiro para os mandar arranjar. Além disso, há sempre aquelas senhoras que, embora ansiosas de espiolhar toda e qualquer montra num raio de quinhentos metros e eventualmente comprarem alguma coisa, se recusam a deixar a sua viatura na ponta mais distante do parque e andam obstinadamente às voltas e voltas pelo parque, gastando o cada vez mais escasso petróleo e emitindo furiosamente CO2 para a atmosfera. Com os lugarzinhos largos mesmo à porta era só chegar e meter o carrito quase à terceira tentativa.
Sem dúvida uma iniciativa de louvar (no mínimo!): dinamiza-se a economia, protege-se os carros de mazelas, poupa-se petróleo e ajuda-se o ambiente! Espero bem que no 10 de Junho haja uma medalhinha para o senhor que teve esta brilhante ideia. A criatura merece.

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