O que as mulheres querem

Não, ainda não foi desta que entendi as mulheres nem me parece que isso esteja para breve. De qualquer forma, mesmo que tivesse feito a descoberta do Santo Graal não vinha a correr publicá-la à toa num blog. Patenteava-o e fazia milhões e milhões com isso.

No entanto, há quem pense que já o conseguiu. Ou pelo menos tenta fazer os outros acreditar nisso. Um simples raciocínio lógico permitia concluir que tal não é possível mas vamos por partes.

Quis o destino que me viesse parar às mãos a edição de Agosto de 2007 da revista Men's Health. É daquelas coisas que nos vem parar às mãos num café num qualquer Sábado à noite. Apesar de a revista ter um fulano todo muscalado na capa, em vez de uma qualquer Adraina Lima (como mandam as regras do bom senso), dei-me ao trabalho de analisar o seu conteudo e fui encontrar, lá para o meio, um artigo feito com base nas opiniões recolhidas em centenas de mulheres sobre aquilo de que elas realmente gostam.
Como dizia eu há pouco, se pensarmos um pouco reparamos logo que a credibilidade do artigo tende para zero pois se nem as próprias mulheres sabem bem o que querem, como é que uma revista escrita por homens vai saber?
Contudo, ainda lhes dei o benefício da dúvida e quis acreditar que me teria escapado algo e que poderia estar mesmo na presença do Santo Graal. Infelizmente, basta ler a primeira frase para que esta teoria caia por terra, a qual diz mais ou menos o seguinte: "apenas 2% das melhores dizem dar importância à aparência". E pronto! É preciso dizer mais alguma coisa? Eu gostava de saber quem é o crente que depois de registar estas respostas ainda se dá ao trabalho de continuar a entrevista. Depois de ler isto, começo a ponderar a hipótese de, um dia destes, ir até a um bar com um ambiente porreiro e tal, vestido com umas calças de fato-de-treino coçadas, umas meiinhas brancas a cobrir o tornozelo, sapatilhas rotas, camisola de alças cheia de nódoas e palitinho nos dentes e depois vou começar a espalhar a minha personalidade fascinante pelo recinto e aposto que aqueles 98% que não ligam à aparência não me vão largar a noite toda. Senhoras de Portugal, estejam atentas ao indivíduo do fato-de-treino e palito.
Outro ponto que me chamou a tenção dizia mais ou menos isto: "se não se sente à vontade para mandar umas piadas, relaxe e tente ser você mesmo". Ora, no meu tempo, quando se estava com uma moça e não havia muito à vontade com ela muito provavelmente estávamos ainda na fase do engate. Por outro lado, tendo já esse à vontade, não é preciso pensar em relaxar ou "ser nós mesmos". O assunto surge com naturalidade, se não houver até se inventa. A tendência para se ser labajão é grande e pode-se falar das coisas mais parvas que nos lembrarmos. Quando ainda se está naquela fase de ganhar mais à vontade eu diria que é francamente desagradável chegar à beira da jovem com um "Então? E o nosso Benfica?" enquanto trinca umas entradas. Eu diria que se, nestas circunstâncias, o à-vontade não surge com naturalidade então alguma coisa está mal, mas isso sou eu que tenho umas ideias assim a modos que estranhas.
Um pouco mais de leitura revela que a saída perfeita se resume basicamente a um jantar num local agradável e sossegado seguido de um cineminha. É um programa giro, sem dúvida (quem não gosta?) mas, é pá, o que é que esta gente faz à imaginação?
Recordo mais uma vez que estes resultados foram obtidos com base num inquérito feito a mulheres. É normal assim de repente, quando lhes perguntam, que respondam a coisa mais óbvia. O problema é mesmo esse: é o óbvio. Para ser especial ainda lhe falta qualquer coisa. Assim de repente, lembro-me logo de meia-dúzia de coisa que obviamente não vou aqui revelar (queriam a papinha toda feita, não?) e para isso basta apenas puxar um bocadinho por aquela massa cinzenta que vos faz pesar a cabeça e que dói de caraças após uma noite de copos.
Saídas à parte, o artigo tem ainda um curiosidade que eu achei particularmente interessante... Segundo os entendidos, elas gostam de homens que sejam capazes de as desenrascar seja numa canalização com problemas ou para mudar o óleo ao carro. Diz, e passo a citar, que "elas gostam de um homem que saiba utilizar as suas ferramentas". Isto soa muito a Engenheiro Mecânico! Até que enfim alguma coisa credível neste artigo. Aliás, eu acredito que eles, lá muito no fundo, até queriam dizer que o homem ideal sou eu. As mulheres é que ainda não o sabem. Só que num artigo com tão pouca credibilidade, corria-se o risco de se estar a tirar toda a credibilidade a uma das grandes verdades do século XXI. Tudo a seu tempo.

Bem, ainda me podia alongar um pouco mais mas já não vale a pena. Agora penso que já toda a gente percebeu que milagres ainda não há e teremos que continuar a viver sem entender as mulheres. O que mais me preocupa no meio disto tudo é que a revista já foi lançada há mais de um ano e entretanto houve certamente muitos incautos portadores do cromossoma Y que se deixaram enganar pela promessa do El Dorado e, por isso mesmo, faço este hercúleo esforço para repor toda a verdade.
Agora que sabem o que precisam de saber, fechem a janelinha desta página, desliguem os computadores e ide dar uma volta que em casa não devem ter grande sucesso. Mas isso agora é convosco.

Comentários

Anónimo disse…
ui ui

a frase

""elas gostam de um homem que saiba utilizar as suas ferramentas""

acho que tem um sentido muito diferente
Anónimo disse…
o que esta mulher quer agora é um fininho, um pires de tremoços, e uma tv pa ver o benfica. arranja se?

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