Para bom entendedor, meia palavra basta

Junho é sinónimo de Santos Populares. A bela da sardinha assada. Alho-porro e martelinhos. Carrinhos de choque. Calha bem. Calha bem porque Junho é também o mês dos exames nacionais e convém tem sempre à mão um ou dois santinhos por perto, de preferência com umas cabulas à mão, para dar aquela ajuda extra.
Exames nacionais lembra imediatamente muita asneira. Muita mesmo. Sobretudo no que toca ao ministério e aos autores dos exames. Já não vou falar nos exames do ano passado que eu ainda queria dormir hoje, mas basta-me os destes ano para já ter muito com que me entreter. E o mais giro, é que ainda nem a meio dos exames vamos!
Ora vamos por partes: primeiro, o exame de Português. Exame fácil. Muito simples, o que, aliás, o comum dos mortais agradece desde já. Os senhores professores não acharam piada nenhuma porque nem metade do que eles se divertiram a dar saía. Menos mal, coisas de profs. Depois vem Biolgia com os seus salmões transgénicos que parece que já originou petições para anular a pergunta e tudo. E, por fim, o exame de história. Sejamos realistas: até pela Wikipédia se fazia um enunciado dum exame de história. Não dava muito trabalho. Mas parece que até há livros bem documentados e tudo onde tem essas coisas todas. Livros esses que, pelos vistos, quem faz o exame não lê. Então não é que eles foram chamar Tigres aos Quatro Dragões Asiáticos? Mas é perfeitamente normal que os exames venham com este tipo de erros. Afinal, só têm meses para os fazer e rever. Ainda por cima, são professores da disciplina que os fazem. Também não se lhes pode pedir que saibam o programa todo. Isso é para os alunos saber! Esta gente às vezes revela alguma inconsciência...
Até aqui tudo bem: exames nacionais, feitos por professores acreditados, meses para os fazer e rever, inúmeras fontes para os fazer, montes de erros nas provas... Normal. Menos normal é o facto do director do Gabinete de Avaliação Educacional justificar os erros dizendo que "para bom entendedor, meia palavra basta!" O desgraçado do homem foi logo criticado por toda a gente, não percebo porquê... Aliás, se estive com este paleio todo foi para chegar até aqui. Há anos que eu defendo esta teoria! Não passa um exame sem que eu tente fazer vingar esta ideia. Cada pergunta, eu escrevo para lá qualquer coisa e parto do princípio que o professor sabe do que estou a fazer. As canetas estão caras e afinal ele deve ter o curso daquilo, deve perceber do que eu estou para aqui a falar, não me vou maçar muito com isso. Aliás, de hoje em diante, sempre que receber um exame com um "incompleto" mando-o de volta com uma nota a dizer: "professor, por amor de Deus... Para meio entendedor, meia palavra basta!" Esta gente, sinceramente... Do que eles se lembram... Perguntas completas e explícitas... Ponham-se finos, pá!

E viva o Santo António! E o São João! E já agora, o São Pedro, que também é boa gente.

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