Relatórios Científicos

Quem nunca teve que fazer um "relatório científico"? Ainda hoje tive que entregar um. Quando penso em relatórios científicos, a primeira coisa que me vem à cabeça é um estudo de 300 páginas a ser discutido pelo congresso das Nações Unidas sobre o aqueciemento. Mas não foi nada disso que entreguei: foi apenas um relatório sobre o projecto de fim de semestre. Normal.

Como tudo o que dá trabalho, os relatórios têm regras, feitas a pensar precisamente para dar ainda mais trabalho e atrasar as coisas (sim, porque um relatório não fica ilegível se não tiver um espaçamento entre linhas de 1,5). Duas delas são: "tem que ser a cores" e "não pode ser impresso em papel reciclado, tem que ser em folhas branco-Tide". A primeira regra, parece-me óbvia: há que sustentar o lobby das reprografias (que seria de nós sem elas?). A segunda levantou-me algumas questões: será que o Greenpeace ou a World Wide Foundation entregam os seus relatórios em papel branco ou eles tem direito a papel reciclado? Parece que estou a ver os eco-senhores a chegarem à sede da ONU para entregarem o último relatório de 1000 páginas sobre o abate de florestas no Cambodja e recebem a seguinte resposta de volta: "isso dos bichinhos que morrem por não terem para onde ir e terriolas a ficar deserto e tal é muito mas isto não tem credibilidade científica nenhuma. Vá lá imprimir isto como deve ser e depois falamos", "Mas... e as árvores?...", "O homem não sei de árvores nenhumas mas enquanto não vir esse papel a brilhar não me acredito em nada do que você diz. Vá lá e depois diga qualquer", "Mas são 1000 páginas!...", "Mau, vou ter de me chatear?", "Ah, então está bem..."

Já agora, se o Geenpeace afinal tiver direito a entregar relatórios no papel que quiser eu exijo o mesmo tratamento! Nem que seja só para chatear os profs...

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