Uma visão do Inferno!

Há coisas que pensamos que só acontecem aos outros. Infelizmente, essa ilusão só dura até ao dia em que isso nos acontece a nós. Hoje, fui vítima de acontecimentos dramáticos que poderão vir a ter efeitos nefastos a longo prazo. No entanto, à primeira vista, a situação parece estabilizada. Vamos então ao que aconteceu:

Sexta-feira à noite, dava uma volta pelo centro da cidade. Até aqui, tudo normal. Subitamente, quando ia a passar perto dum parque de estacionamento, vejo uma massa que parecia humana ao longe. À medida que me aproximava, a massa tornava-se cada vez maior, mas também parecia não haver dúvidas: era, de facto, uma pessoa. Uma mulher. Usava um curto top, que não ia abaixo do umbigo. Daí para baixo, tínhamos banhas, banhas e mais banhas. Aquilo vendido ao quilo dava seguramente para matar a fome a muita criança. O desastre, porém, continuava: as calças padeciam do mesmo mal do top: falta de comprimento. Éramos comtemplados com o belo do rego nadegueiro e uma boa percentagem da padaria da dita criatura. Garanto-vos, não era bonito de se ver.

As coisas já estavam suficientemente más assim, mas quando nos aproximávamos, a referida senhora virou-se, com todos os perigos que tal gesto acarreta. Já devem certamente ter imaginado o tamanho das glândulas mamárias da dama. Elas já de si bem grandes, revestidas com espessas camadas de gordura tornavam-se armas letais quando agitadas em qualquer direcção. Aí, confesso, temi pela minha vida: se uma coisa daquelas me acerta arranca-me a cabeça na hora. Certinho! E a cabeça ainda é coisa de fazer um certo jeito. Esta senhora não deve ter problemas em espalmar as embalagens em casa: mete as caixas do Chocapic e das garrafas de Coca-Cola num motinho, saca duma mamoca e toma que lá vai disto! Aliás, ela não deve ter problemas para educar os filhos. Já estou a imaginar a cena: "João Pedro, se não estás em casa às 11h30, levas com uma mama na testa!". Escusado será dizer que às 10h o puto já estará em casa. Aliás, esta senhora poderá ser usada para prevenir a delinquência juvenil: espalhem cartazes a dizer que quem for apanhado a gandular terá que passar uma tarde a olhar para a criatura e ainda dar-lhe um colinho ao fim do dia... Era ver os putos a ir à missa todos os dias, a ajudar as velhinhas a atravessar na passadeira... Bem, voltando um pouco atrás, não sei se já disse que pela frente o espectáculo de banha pendurada e chicha amontoada era ainda mais assustador. Daquelas imagens capazes de fazer calar uma escola de Samba em pleno Carnaval do Rio.

Pronto, a senhora tinha uns quilinhos a mais... va lá, uns quilões. Não tenho nada contra isso. A sério. Eu próprio tenha a minha barriguinha. Um abdominal redondo e flácido que teima em não desaparecer. E como eu há tanta gente por aí assim! Nada de mais. Mas, ò minha senhora, era mesmo necessário andar por aí, não só a mostrar a bela da chichinha extra (isso ainda é o menos mal) como anda ainda com cintos e tops que ainda realcem mais a dita cuja? Eu acho que não... E agradecia mesmo ter sido privado a tão espalhafatoso espectáculo. Acho que hoje à noite vou ter pesadelos. Já estou a imgainar, eu a descer uma montanha a correr, enquanto sou perseguido por uma avalanche de banha e material flacido que desliza e envolve tudo à sua volta enquanto a montanha estremece ao som de poderosas batidas que parecem passadas de gigante e que não são mais que um par de mamas assassínas prontas a darem-me uma marretada capaz de me abrir o crânio e esmagar o conteúdo... Não é mesmo nada bonito passar-se por isso. Medidas simples, como as que foram adoptadas para os filmes para maiores de 18 resolviam, em parte, este flagelo: tal visão, só poderia sair à rua depois das 22h e seria obrigada a estar devidamente identificada com um sinal tipo a famosa bolinha que acompanha, por exemplo, as películas caseiras de autoria do mítico Sá Leão. Assim só olhava quem queria. Por acaso fui eu a ver a isto, mas já pensaram se fosse uma criança? Eles vão mandar no mundo amanhã! Querem viver num mundo governado por gente que cresceu com semelhante visão a povoar-lhe as mentes? Eu não...

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