Ò trrim... tim tim???

Portugal é um país de tradições. Até aí tudo bem. Tradições variadas. Tudo bem. Algumas, são um bocado estranhas. Menos Bem. De onde vem essas tradições? Ninguém sabe! Hoje que não me apetece implicar com ninguém em particular, vou perder algum tempo com dois ou três desses casos.

Ò trrim tim tim: o Malhão é um desses casos. Para quem não conhece, estamos a falar disto: "Ò Malhão, Malhão/ Que vida é tua?/ Ò trrim tim tim, comer e beber/ Passear na rua". Agora que escrevi isto ainda me pareceu mais estúpido.
Vamos lá ver: eu não sei quem é o Sr. Malhão, mas para além de ter nome de vinho tinto, concordo com a pessoa que diz "que vida é tua?". Realmente, que raio de vida é aquela? Ò trrim tim tim comer, beber, passear na rua? Este senhor é completamente improdutivo para a economia da nação. Anda a viver à custa dos outros. E eu continuo sem perceber a parte do trrim tim tim. Mas quê? Toca o telefone e lá vai comer, beber, passear na rua... Se calhar são os amigos a convidá-lo para ir à tasca. É a única explicação que vejo para o trrim tim tim. Ou é isso ou então depois de comer, beber e passear chega a casa bêbedo, toca à campainha e aquilo até faz eco na cabeça dele (trrim... tim... tim...). Mas não, a primeira hipótese continua a ser mais credível para mim. Há uma solução simples para este caso: corta-se o telefone! É bonito, é uma tradição... mas é estúpido!

Adiante...

Éfe érre à: tradições académicas. Isso é bom. Desconfio que ainda vou ser irradiado da vida académica por me estar a meter com o éfe érre à, mas vamos acreditar que não.
Ora, o éfe érre à deve ter em comum com o trrim tim tim a intervenção do Deus Baco. Provavelmente, algum sapiente estudante, alegremente imbebido do néctar dos Deuses, procurava alguma faculdade ou uma barraquinha ou algo do género com a sigla F.R.A.. Ora, tendo achado seu destino, imbuído duma alegria que esbordava das suas entranhas, não se conteve e, com a voz arrastada pela ancestral bebida da uva fermentada gritou a plenos pulmões: ééééééfffffe ééérrrrrrrrrrrrrrrrrrrrre a! Após este emocionante evento, algum colega em idêntica condição, terá tentado juntar as letras proferidas pelo primeiro personagem. Obtemos um FRA! Tal como havia acontecido anteriormente, emocionado de alegria e talvez umas super bocks, este culto estudante não se conteve e foi por ali fora: FRA, FRE, FRI, FRO, FRU! Chiribitátátátá! Urra! Urra! Até emociona, tanta alegria. Certamente outros doutores terão ouvido este grito a ecoar pelas ruas de Coimbra e ter-se-ão rapidamente juntado aos seus colegas em tão exuberante manifestação de alegria e partilharam com eles tamanha felicidade. Nascia assim, o Grito Académico. Digo eu... Afinal, é uma maneira de nascer como qualquer outra... Não? Ok, então está bem. Eu continuo a achar que tinha a sua lógica...

Alto! Ouço um leitor atento e perspicaz a chamar a atenção para uma estranha palavra que surgiu ali pelo meio, o "Chiribitátátátá? Então devo consultar rapidamente um psicológo porque estando eu sozinho é muito mau sinal ouvir vozes seja de quem for. Mas se por acaso vos interrogais sobre tão estranha palavra, então não desespereis que hei-de lá voltar...

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